quinta-feira, 21 de março de 2013

Uma vontade, um abraço



Ira, palavra simples de significado igualmente simples, mas capaz de complicar tudo na vide de uma pessoa.
Eu costumava sentir isso, ira, muita ira, eu odiava o mundo e todos que vivem nele, queria que todos morressem e que sofressem. Eu queria ficar sozinho em um mundo vazio, achava que as pessoas eram o problema, que se não podia matar a todos pelo menos podia me destruir e com esse pensamento iniciei minha jornada de autodestruição.
Eu me machuquei e também ás pessoas ao meu redor, feri sentimentos, criei magoas, destruí quase tudo que eu amava. Enquanto destruía tudo eu vi que isso só piorava, só aumentava o vazio e a dor. Notei que isso não estava funcionando, que a violência, e as outras vias de escape não adiantavam. A cada dia eu me odiava mais e mais, como se quem eu era não fosse mais humano.
Ai veio à perda. Perdi alguém que eu amava a única pessoa que amava de verdade. Com isso eu aumentei meu ódio, minha ira cresceu a um ponto que não era mais controlável. Ira misturada a tristeza gerou uma fúria incrível. Algo tão grande, tão poderoso que decidi acabar com tudo. Eu sabia como essa fúria era perigosa, como ela poderia afetar todos a minha volta. Então resolvi jogar fora todas as minhas desculpas e encarar, admitir qual era meu problema, mas, eu era sozinho sem apoio ou forças pra continuar.
A vida dói quando se está sozinho. E eu não era forte, ou melhor, não me achava forte o bastante pra superar isso. Eu resolvi que era hora de acabar mesmo com tudo, escolhi a data (meu aniversario), preparei tudo e esperei. Esperei com a ideia fixa na cabeça, esperei certo de que iria mesmo acabar com tudo, afinal, não tinha motivos pra continuar vivo.
Mas um dia, eu vi uma garota em um comentário de uma postagem no facebook. Essa garota era uma amiga de uma amiga e resolvi pedir amizade. Ainda não entendo o porquê de eu fazer isso já que não sou de fazer novos amigos. Em um domingo no fim da manhã eu a vi online, e desafiando toda minha misantropia eu cliquei em sua foto e disse- Oi moça- logo após enviar isso eu já estava me perguntando o porquê, afinal sempre fui antissocial, tímido e recluso. Eu me lembro de ter fechado a janela do chat pensando na sorte que eu tinha de não ter sido respondido. Então veio a resposta, um oi.
As palavras que se seguiram foras as normais de toda conversa, os “tudo bem?” e “que tipo de musica você curte?” que todas as conversar com estranho obrigatoriamente tem. Conversando com ela eu já esperava a hora em que ficaria sem assunto e seria ignorado, mas essa hora nunca chegou. Conversamos por horas e horas nesse domingo e na segunda-feira e com o passar dos dias nossas conversas se tornaram um abito.
Eu conversava com ela e sorria, sempre começava a conversa com um oi- moça, tudo bem?- e ela respondia- oi moço, tô bem sim, e você?- e por mais que isso seja algo simples, me fazia bem. Nossos “como você esta?” ou “tudo bem?” eram sinceros, verdadeiros, não como os das outras pessoas que não se importam com a resposta desde que seja curta e vazia. O tempo passava e nos conversávamos, a data que eu havia escolhido se aproximava e isso me deixava triste. Pensar dentro em pouco não poderia mais conversar com ela. Ela me fazia tão bem, me fazia sorrir de verdade eu não queria perder isso.
Então eu a vi pela primeira vez, tímida, ao ligar a câmera manteve o quadro abaixo do nariz de forma que eu só via seu sorriso. Ah o sorriso, nunca avia visto algo tão brilhante, tão lindo, tão magico. Um sorriso capaz de me fazer esquecer tudo, um sorriso que iluminava meu dia e me fazia sorrir por dentro e por fora. A mediada que o tempo foi passando eu fui perdendo a vontade de acabar com tudo, o desejo de ver aquele sorriso era mais forte. Então eu vi seus olhos, foi rápido, um olhar tímido, mas doce e gentil como eu nunca havia visto na vida.
Então eu encontrei um motivo, uma razão pra continuar vivo. Um abraço, essa foi à razão, eu queria abraça-la, estar junto dela e vela sorrir. Meu coração, antes uma pedra gelada m agora batia forte e vivo. Eu a via e pensava, eu a amo, amo mais do que tudo, amo com tudo meu coração.
Agora muitos estão dizendo- ah, mais uma historia de amor a lá Hollywood- bom, estão enganados. O amor que eu sentia era diferente, pode soar estranho, inverossímil ou até idiota (depende de quem lê), mas eu a amava de uma forma diferente. Por mais que quisesse abraça-la o amor que sentia não era físico não era algo que despertasse desejos ou que acabasse em sexo. Era um amor puro, de um jeito que eu em entendia.
O dia de meu aniversario veio e se foi e nesse meio tempo descobri que ela também me ama. Agora, meses depois de tudo isso eu ainda a amo e sou amado, e sigo vivo, mas não só vivo, sigo em frente. Retomei minha vida, sinto vontade de viver, faço planos, tenho sonhos e ainda quero abraça-la. Dentro de alguns meses poderei viajar para vela, vou finalmente abraça-la.
E porque contei essa historia? Simples, é uma historia que vale a pena se contada, e uma prova de que a sempre uma esperança (sei que isso soa muito clichê), eu encontrei um anjo que salvou minha vida e vocês também podem encontrar o seu, mas para isso precisam procura. Se você é antissocial, tímido ou um misantropo enfrente isso, saia (não precisa cair na balada), converse com as pessoas, sei que muitas são chatas e vazias, mas, uma hora você acaba encontrando alguém que valha apena.
Essa é minha historia, esses são meus conselhos. Segui-los é escolha sua e espero que sua escolha seja a certa.


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