quarta-feira, 5 de junho de 2013

Recortes de memorias







Sentado na porta fumando um cigarro e ouvindo RHCP comecei a pensar em como as pessoas que passam por nossas vidas sempre deixam algo, pelo menos é assim na minha vida.

Quantas pessoa já conheci e ainda me lembro, quando passaram rápida e as vezes tumultuosamente pelo meu caminho, me lembro de todas pois cada uma delas deixou algo comigo. Muitas não levaram nada de min, se me virem na rua sem me reconhecerão, mas eu que vou me lembrar, seja de coisas boas ou más eu vou me lembrar.

Eu me sinto um colecionador de recortes, minha mente é como uma parede forrada com eles, jornais, revistas, livros tudo depende do que deixaram comigo. Posso me lembrar deles com ternura, com alegria, dor, tristeza ódio, mas eu me lembro. Algumas deixaram coisas importantes como um amor ou uma amizade, outros coisas ruins, uma ofensa, uma traição e outras levaram algo de min, seja uma lembrança boa que levam consigo ou um pedaço de min que foi arrancado.

Costumo me lembrar de aleatoriamente de pessoas e coisas, mas não como todo mundo, no meu caso as lembranças são mais vivas porque não são apenas de coisas que acontecerem mais do que eu senti no momento. Às vezes estou sentado tranquilo na varanda a noite fumando um cigarro quando me vem alguma dessas emoções, as vezes rios sozinho ou abaixo a cabeça com pesar noutras olho para o céu com um sorriso de quem sente saudades ou com a cara fechada por me lembrar de algo tão ruim.

Acho que no fim todos somos feitos de lembranças, para alguns elas são vividas e importantes, para outros são só borrões que são esquecidos em um segundo, mas todo somos assim, paredes com recortes, se bem que algumas pessoas estão mais para cadernos com palavras avulsas.

Pergunto-me quantas pessoas são atormentadas pelas lembranças, quantos perdem noite e noites lembrando-se de coisas ruins ou dos bons tempos que não voltam. Quantas mentes não estão nesse momento perdidas, corpos meio dormentes enquanto a mente se perde um turbilhão de memorias que os levam a um estado de torpor.
Memoria podem ser anjos ou demônios.

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