quinta-feira, 3 de abril de 2014

Tintas e nevoa Pt1





Incrível como (sim tenho mania de começar assim os textos) nosso passado nos persegue, às vezes em forma de uma pessoa, de uma frase, musica ou só uma lembrança que nos assombra tarde da noite. Somos atormentados por cicatrizes que vão muito além da carne, por feridas profundas que invocam nossos demônios. Sim o passado é um amante ingrato, nos faz sorrir e lembrar-nos de momentos doces só para em uma fração de segundo nos trazer o pior que já vimos.

Mas ao conversar com meus demônios me peguei pensando no futuro e sentindo uma velha ardência no estomago. Sim o futuro também pode ser cruel. Algo incerto, uma nevoa densa na qual vislumbramos formas turvas como nossas mentes febris durante as duras horas antes do amanhecer.

Admirando os espirais de fumaça de eu cigarro me peguei debatendo com as vozes em minha mente. Um debate furioso sobre qual seria o pior, um passado feito de lembranças dolorosas ou um futuro em que tudo oque vemos são ais cicatrizes? Não me entenda mal, não digo que o futuro será algo terrível, só não vejo muitas formas brilhantes em meio a nevoa.
Lembro-me do passado e isso me atormenta, mas não chega a ser pior que sofrer por antecipação. Diria que é igualmente ruim. Afinal nossa visão do futuro é baseada em nossas experiências do passado. Pintamos um quadro do amanhã nos utilizando das tintas que colhemos ontem e o hoje é só uma ideia, um esboço do que um dia será mais um quadro na galeria de nossas mentes.

Se me perguntar qual dos dois, passado ou futuro mais me atormentar eu responderia. Nenhum. Nada pode ser pior do que o agora, estar deitado e ter medo de se levantar, afinal fomos derrubados tantas vezes que não nos damos ao luxo de ficar de pé em um salto. Cada passo é mais cuidadoso que o ultimo e a cada pedra que vemos nosso coração da um salto. Seria essa pedra a primeira de muitas que usaremos para pavimentar nosso futuro ou será só mais uma na qual tropeçaremos? 

Odeio perguntas sem respostas, mas ultimamente são as únicas que tenho...
 


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